Crónica do Festival – VII

dsc 0692 24980452208 oE eis-nos che­ga­dos ao últi­mo dia da XXIII edi­ção do fes­ti­val “Cami­nhos do Cine­ma Por­tu­guês”, o úni­co fes­ti­val em Por­tu­gal exclu­si­va­men­te dedi­ca­do ao cine­ma de pro­du­ção naci­o­nal. Foi para este dia que ficou reser­va­da a exi­bi­ção de A Fábri­ca de Nada, de Pedro Pinho, na ses­são das 15.00h da Sele­ção Cami­nhos, na sala prin­ci­pal do TAGV. Este exer­cí­cio que atra­ves­sa esti­los e cata­lo­ga­ções para refle­tir sobre aspe­tos da con­jun­tu­ra recen­te da nos­sa soci­e­da­de e eco­no­mia era um dos fil­mes mais aguar­da­dos do fes­ti­val, como se ave­ri­guou pelo públi­co com­pu­nha a pla­teia e que, ape­sar das bai­xas tem­pe­ra­tu­ras daque­la tar­de géli­da de domin­go e de o fil­me ter pas­sa­do recen­te­men­te no cir­cui­to comer­ci­al, não quis per­der a opor­tu­ni­da­de de (re)ver esta que é uma das obras mais mar­can­tes de pro­du­ção por­tu­gue­sa dos tem­pos mais recen­tes. Depois, às 19.45h, foi no Mini­au­di­tó­rio Sal­ga­do Zenha que decor­reu a últi­ma ses­são de cine­ma des­ta edi­ção do fes­ti­val, nes­te caso dos Cami­nhos Mun­di­ais, com­pos­ta por qua­tro fil­mes de dife­ren­tes latitudes. 

Esta­vam, então, assim con­cluí­das as ses­sões de cine­ma des­te ano. Os dife­ren­tes júris ter­mi­na­vam as suas ava­li­a­ções e fazi­am as neces­sá­ri­as reu­niões de deli­be­ra­ção para darem os seus vere­di­tos finais sobre os fil­mes a con­cur­so. Entre­tan­to, a sala prin­ci­pal do TAGV com­pu­nha-se para rece­ber os rea­li­za­do­res, ato­res, pro­du­to­res, ele­men­tos do júri, etc., na Gala de Encer­ra­men­to do Fes­ti­val e Entre­ga dos Pré­mi­os, que teve iní­cio às 22.00h. 
Con­tan­do com a apre­sen­ta­ção agra­dá­vel e com­pe­ten­te de Gon­ça­lo Melo Ribei­ro e de Tere­sa Roxo e com a atu­a­ção da Big Band Rags da Tuna Aca­dé­mi­ca da Uni­ver­si­da­de de Coim­bra, foi entre­gue, na Sele­ção Ensai­os, o Pré­mio de Melhor Ensaio Naci­o­nal a 78.4 FM, de Tia­go Amo­rim, pela ​ “for­ma inte­li­gen­te de con­tar uma his­tó­ria de amor e de per­da, de sonho e de suces­so”, e o de Melhor Ensaio Inter­na­ci­o­nal Fnac a Wai­ting Time, de Cla­ra Stern, da Film Aca­demy Vien­na, “pela per­ti­nên­cia do tema abor­da­do”. Foram ain­da atri­buí­das duas Men­ções Hon­ro­sas, para os fil­mes ​Art of Moving, de Lili­a­na Mari­nho de Sou­sa (Ensaio Naci­o­nal) e Pla­ce to Be, de Ido Chen e Ilan Bar, da Minshar Scho­ol of Art, Isra­el (Ensaio Internacional).

O Pré­mio do Júri de Impren­sa CISION foi atri­buí­do a Antó­nio Um Dois Três, de Leo­nar­do Mou­ra­ma­teus, pela ​ “arqui­te­tu­ra nar­ra­ti­va ori­gi­nal; a rela­ção orgâ­ni­ca entre per­so­na­gens e nar­ra­ti­va; e o fac­to de o fil­me não seguir um mode­lo ou refe­rên­cia óbvios”.

Mar­co Mar­tins, por sua vez, ganhou o Pré­mio Don Qui­jo­te /​Júri IFSS /​FICC, com o seu São Jor­ge, ​ “pelo modo artís­ti­co de mos­trar o pro­ble­ma soci­al europeu”. 

Na Sele­ção Cami­nhos, o Pré­mio Reve­la­ção foi para Mau­ro Soa­res, ​ “pela inten­si­da­de da per­so­na­gem” a que deu vida no fil­me ​ Antó­nio Um Dois Três.

Rela­ti­va­men­te aos pré­mi­os téc­ni­cos, o de Melhor Comu­ni­ca­ção IVITY Brand Corp foi atri­buí­do a ​Tudo o que ima­gi­no, de Leo­nor Noi­vo, o de Melhor Ban­da Sono­ra a João Lucas, pelo seu tra­ba­lho em A Gru­ta de Darwin, de Joa­na Tos­te. O galar­dão de Melhor Argu­men­to Adap­ta­do foi entre­gue a O Dia em que as Car­tas Para­ram, de Cláu­dia Cle­men­te, e o de Melhor Argu­men­to Ori­gi­nal foi para Tudo o que Ima­gi­no, de André Simões e Leo­nor Noi­vo, ten­do ain­da sido atri­buí­da uma Men­ção Hon­ro­sa ao fil­me ​Sur­pre­sa, de Pau­lo Patrí­cio. O pré­mio de Melhor Som foi entre­gue a Arman­da de Car­va­lho, Antó­nio de Sou­sa Dias, João Ganho e Tia­go Matos pelo seu tra­ba­lho em Luz Obs­cu­ra, de Susa­na Sou­sa Dias. A Melhor Mon­ta­gem foi para Hele­na Inver­no em Notas de Cam­po, de Cata­ri­na Bote­lho. Os pré­mi­os de Melhor Carac­te­ri­za­ção, Melhor Rea­li­za­ção, Melhor Guar­da-Rou­pa e Melhor Foto­gra­fia, foram entre­gues res­pe­ti­va­men­te a Már­cia Lou­ren­ço, em ​Coe­lho Mau, de Car­los Con­cei­ção; Sebas­tião Sal­ga­do, em Já Pas­sou; Susa­na Abreu e Tici­a­na Pas­sos, em ​His­tó­ri­as de Ali­ce, de Oswal­do Cal­dei­ra; e João Ribei­ro (AIP), em ​Rosas de Erme­ra, de Luís Fili­pe Rocha. Já a Melhor Dire­ção de Arte foi para João C. Mar­tins (JONI), em ​His­tó­ri­as de Ali­ce, de Oswal­do Cal­dei­ra, ​ “pela rique­za e rigor que con­fe­re con­tex­to e cre­di­bi­li­da­de à his­tó­ria”. Nas cate­go­ri­as de inter­pre­ta­ção, Joa­na Pais de Bri­to foi galar­do­a­da com o Pré­mio de Melhor Atriz Secun­dá­ria em ​A Mãe é que Sabe, de Nuno Rocha, José Rapo­so o de Melhor Ator Secun­dá­rio pelo seu papel em São Jor­ge, de Mar­co Mar­tins, Ana Bus­torff o de Melhor Atriz por O Dia em Que as Car­tas Para­ram, e Nuno Lopes foi o Melhor Ator pelo fil­me São Jor­ge, de Mar­co Martins.

Os Pré­mi­os Ofi­ci­ais da Sele­ção Cami­nhos foram entre­gues a Quem é Bár­ba­ra Vir­gí­nia?, de Luí­sa Sequei­ra (Melhor Docu­men­tá­rio Uni­ver­si­da­de de Coim­bra); ​Últi­ma Cha­ma­da, de Sara Bar­bas (Melhor Ani­ma­ção Fru­ti­bair­ra­da); ​Humo­res Arti­fi­ci­ais, de Gabri­el Abran­tes (Melhor Cur­ta Turis­mo do Cen­tro); ​Antó­nio Um Dois Três, de Leo­nar­do Mou­ra­ma­teus (Melhor Lon­ga-metra­gem); e ​Água Mole, de Ale­xan­dra Rami­res e Lau­ra Gon­çal­ves (Gran­de Pré­mio do Fes­ti­val Por­tu­gal Sou Eu). Foram ain­da atri­buí­das Men­ções Hon­ro­sas a Vou-me Des­pe­dir do Rio, de Pedro Cruz (Melhor Docu­men­tá­rio), a Coup de Grâ­ce, de Salo­mé Lamas (Melhor Cur­ta) e a A Toca­do­ra, de Joa­na Ima­gi­ná­rio (Melhor Ani­ma­ção). Quan­to ao Pré­mio do Públi­co Cha­ma Ama­re­la, foi atri­buí­do ao fil­me ​Cora­ção Negro, de Rosa Cou­ti­nho Cabral.

Foi boni­ta a fes­ta do cine­ma por­tu­guês. Para o ano está pro­me­ti­do que have­rá mais. 

Bru­no Fontes

2017

Sai­ba mais na seguin­te liga­ção: Cró­ni­ca do Fes­ti­val – VII.