A Mordida” de Pedro Neves Marques nos festivais de Toronto e Nova Iorque

Nos dois fes­ti­vais nor­te-ame­ri­ca­nos, a cur­ta luso-bra­si­lei­ra fará par­te de sec­ções dedi­ca­das ao cine­ma de cariz mais experimental. 

Cinema Portugus Curta-metragem

Nos dois festivais norte-americanos, a curta luso-brasileira far parte de seces dedicadas ao cinema de cariz mais experimental.

“A Mordida”, de Pedro Neves Marques, terá estreia mundial no próximo mês, na secção Wavelengths do Festival de Toronto que decorre de 5 a 15 de Setembro. Também confirmada está já a selecção do mesmo filme, uma co-produção luso-brasileira, para o Festival de Nova Iorque, na secção Projections, um evento que acontece de 27 de Setembro a 13 de Outubro.

O rea­li­za­dor expli­ca as idei­as que leva­ram à con­cre­ti­za­ção de “A Mor­di­da”: “par­te de uma pes­qui­sa num labo­ra­tó­rio de mos­qui­tos gene­ti­ca­men­te modi­fi­ca­dos em São Pau­lo, Bra­sil, para cri­ar uma fic­ção algu­res entre o momen­to polí­ti­co actu­al e um futu­ro ima­gi­na­do. A epi­de­mia bio­ló­gi­ca de um vírus com­ba­ti­do par­ci­al­men­te atra­vés de mos­qui­tos mutan­tes, faz de ana­lo­gia à ascen­são do con­ser­va­do­ris­mo reac­ci­o­ná­rio bra­si­lei­ro. No labo­ra­tó­rio os mos­qui­tos machos são modi­fi­ca­dos, de modo a trans­mi­tir um gene letal às fême­as e assim este­ri­li­zá-las. Entre­tan­to, o fil­me segue os pro­ta­go­nis­tas (um homem, uma mulher, uma mulher trans­gé­ne­ro) atra­vés des­tas cri­ses inter­li­ga­das, tecen­do asso­ci­a­ções entre peri­go psi­co­ló­gi­co e ter­ror físi­co, per­tur­ba­ções médi­cas e polí­ti­cas, a hete­ro­nor­ma­ti­vi­da­de esté­ril do labo­ra­tó­rio e um ata­que à auto­no­mia repro­duc­ti­va. Ape­sar des­tas ten­sões se expres­sa­rem nas rela­ções pes­so­ais entre os per­so­na­gens, quer enquan­to subli­ma­ção quer enquan­to refú­gio à cri­se, o fil­me apon­ta ain­da assim para o espa­ço da inti­mi­da­de como um futu­ro pos­sí­vel para lá dos cons­tran­gi­men­tos de uma men­ta­li­da­de biná­ria, com o papel do homem cor­rom­pi­do pela flui­dez, tan­to natu­ral quan­to arti­fi­ci­al, que o cerca.”
Em Toron­to, “A Mor­di­da” terá a com­pa­nhia de “Sol Negro”, da rea­li­za­do­ra fran­co-por­tu­gue­sa Mau­re­en Fazen­dei­ro, outra cur­ta de co-pro­du­ção por­tu­gue­sa, tam­bém inse­ri­da na sec­ção Wavelenghts.
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publi­ca­do 17:22 — 13 agos­to ’19 

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