Cineclubes, por Luis Diamantino

Leva­do pela mão da minha mãe, des­co­bri a magia e o des­lum­bra­men­to do cine­ma, no Cine-Tea­tro Gar­rett, já lá vão mui­tos anos.

Os fil­mes de capa e espa­da e de per­se­gui­ções fan­tás­ti­cas com cava­los e cava­lei­ros num tro­pel lou­co em dire­ção ao públi­co, que se bai­xa­va para os dei­xar passar.

Os fil­mes a pre­to e bran­co dei­xa­vam lugar para o colo­ri­do da ima­gi­na­ção e “Jose­li­to e o seu cava­lo bran­co” nem pre­ci­sa­va de cor, só mexia com as nos­sas emoções.

Os cine­clu­bes são uma exten­são mui­to impor­tan­te des­sa pai­xão pelo cine­ma, são a tei­mo­sia daque­les, que fazem des­ta arte um local de inter­ven­ção cul­tu­ral, espa­lhan­do pelos seus asso­ci­a­dos a men­sa­gem de um futu­ro que não pode esque­cer o passado.

O Cine­clu­be Octo­pus, que conhe­ço bem, é um des­ses exem­plos que ao lon­go do tem­po tei­ma em resis­tir, tra­zen­do até à nos­sa comu­ni­da­de essa magia que nos envol­ve des­de ten­ra ida­de. Ofe­re­ce-nos inú­me­ras ati­vi­da­des, des­de expo­si­ções, con­fe­rên­ci­as, ciclos de rea­li­za­do­res e, o que é mais, tam­bém nos ofe­re­ce fil­mes portugueses.

O cine­clu­be pode e deve ser um espa­ço de apren­di­za­gem e deba­te em prol da arte cine­ma­to­grá­fi­ca. É tam­bém um par­cei­ro efe­ti­vo de mui­tos even­tos na Póvoa de Var­zim como são os casos das Cor­ren­tes D’Escritas e do Fes­ti­val Inter­na­ci­o­nal de Música.

Que­ro reco­nhe­cer o tra­ba­lho rea­li­za­do pelos mem­bros do Octo­pus, que têm sabi­do tra­zer, sema­nal­men­te, ao Cine-Tea­tro Gar­rett momen­tos da nos­sa infân­cia, dei­xa­dos lá atrás, mas que a todo momen­to pode­mos recu­pe­rar, ten­do os olhos no ecrã e sen­tin­do, na nos­sa mão, o calor da mão da nos­sa mãe.

Que o Pla­no Naci­o­nal do Cine­ma refor­ce, nas esco­las do nos­so país, esse amor volun­tá­rio pela arte e tra­ga mui­tos jovens aos cineclubes.

Luís Dia­man­ti­no
O Vere­a­dor da Cul­tu­ra da Câma­ra Muni­ci­pal da Póvoa de Varzim

fon­te: Cine­clu­bes, por Luis Diamantino