Comédia, Sexo e Religião nos Caminhos do Cinema Português

IMG 2277O Tea­tro Aca­dé­mi­co Gil Vicen­te rece­beu, no dia 27 de novem­bro, mais uma ses­são de fil­mes que pren­deu o públi­co ao gran­de ecrã com sor­ri­sos e gar­ga­lha­das “Maria”, uma cur­ta-metra­gem, de Cata­ri­na Neves Ric­ci, e a lon­ga-metra­gem “Caba­ret Maxi­me”, de Bru­no de Almei­da, trou­xe­ram deze­nas de pes­so­as à sala do TAGV, mui­tos deles fide­li­za­dos ao even­to há lar­gos anos, num ges­to públi­co de afec­to e apoio pelo cine­ma português.

Maria”, a his­tó­ria de uma pros­ti­tu­ta, que teve nos Cami­nhos a sua estreia naci­o­nal, cho­cou os espec­ta­do­res pela posi­ti­va devi­do à sua pure­za, mos­tran­do o quo­ti­di­a­no de quem dá o cor­po aos outros para sobre­vi­ver. Se vis­ta com olhos de ver, a pelí­cu­la nar­ra a vida de uma mulher, nos seus 60 anos, que tem uma vida alter­na­ti­va, lida com as mudan­ças no seu cor­po e o seu ape­go à reli­gião. Mas mais impor­tan­te que isso, dá ao públi­co a conhe­cer a his­tó­ria de uma mulher que sen­te a neces­si­da­de de amar e ser ama­da. Sexo, reli­gião e vio­lên­cia são as pala­vras que melhor des­cre­vem a obra de Cata­ri­na Neves Ric­ci, uma adap­ta­ção do con­to “Maria, uma bre­ve his­tó­ria.”. A dire­to­ra da cur­ta-metra­gem, que já rece­beu pré­mi­os inter­na­ci­o­nais nou­tros fes­ti­vais, como melhor cur­ta-metra­gem, no Fes­ti­val Anu­al de Cine­ma da Cope­nha­ga, e melhor dra­ma cur­to, no Fes­ti­val Inter­na­ci­o­nal de Cine­ma do Bra­sil, afir­mou que ir ao Por­to e ter con­tac­to com pros­ti­tu­tas foi essen­ci­al para o desen­vol­vi­men­to da his­tó­ria e que está gra­ta pelo elen­co com quem teve a opor­tu­ni­da­de de trabalhar.

“Caba­ret Maxi­me”, outra pro­du­ção naci­o­nal em exi­bi­ção na mes­ma noi­te, teve no seu elen­co Micha­el Impe­ri­o­li e John Ven­ti­mi­glia, da série “The Sopra­nos”, e, a con­cei­tu­a­da atriz por­tu­gue­sa, Ana Padrão. O fil­me é uma refle­xão daqui­lo que o Homem enfren­ta na sua vida. Des­de pro­ble­mas men­tais, aos valo­res soci­ais, ao amor e ao futu­ro, algo que por mais que seja ima­gi­na­do nun­ca será garan­ti­do da for­ma que se quer. A per­so­na­gem de Impe­ri­o­li vai, ao lon­go da tra­ma, lidar com vári­os pro­ble­mas, prin­ci­pal­men­te o de sal­var o negó­cio que gere, um Caba­ret, que é con­si­de­ra­do anti­qua­do aos olhos daque­les que se dizem modernos.

Pedro Ter­ran­tez

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