Crónica do Espectador Fantasma (2)

Vive­mos tem­pos incertos.

Uma afir­ma­ção ante­ri­or­men­te clas­si­fi­ca­da como dra­má­ti­ca, mas que actu­al­men­te demons­tra-se vul­gar e quo­ti­di­a­na, não só no pre­sen­te ano, mas cer­ta­men­te no futu­ro pró­xi­mo. E ape­sar da ila­ção cri­a­ti­va da pan­de­mia demons­trar-se pro­mis­so­ra no que diz res­pei­tos às lides de ins­pi­ra­ção (sobre­tu­do ten­do em con­ta a ten­dên­cia dos cine­as­tas naci­o­nais em cap­tar ima­gens sob a len­te da docu­fic­ção), as pre­vi­sões da cul­tu­ra naci­o­nal fir­mam-se actu­al­men­te num cli­ma de incer­te­zas que ame­a­ça a exi­bi­ção dos pro­jec­tos cine­ma­to­grá­fi­cos em sala e o con­se­quen­te finan­ci­a­men­to de pro­jec­tos pos­te­ri­o­res. Acres­cem a este cená­rio rep­tan­te diver­sos epi­só­di­os con­tro­ver­sos, como é o caso da apro­va­ção da pro­pos­ta de lei 44/XIV no final do mês pas­sa­do, trans­pon­do a Dire­ti­va (UE) 2018/1808 para a legis­la­ção por­tu­gue­sa de manei­ra impe­tu­o­sa e qui­çá mío­pe. Em suma, o pre­sen­te ano demons­tra-se como um desa­fio. E se a natu­re­za incóg­ni­ta do futu­ro pare­ce ser o seu úni­co ele­men­to actu­al­men­te pre­vi­sí­vel, 2020 veio incre­men­tar a impre­vi­si­bi­li­da­de de todas as res­tan­tes ares­tas e agendas.

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