Filmes da Lusofonia

O Fes­ti­val Cami­nhos do Cine­ma Por­tu­guês abri­ga numa das suas mos­tras uma sele­ção dedi­ca­da ao cine­ma pro­du­zi­da pela comu­ni­da­de lusófona.

Num ano mar­ca­do pelas inú­me­ras difi­cul­da­des decor­ren­tes da pan­de­mia, que atin­giu o sec­tor cul­tu­ral com imen­sa for­ça, encon­tram-se entre as sele­ci­o­na­das, pro­du­ções, cuja rique­za e vari­e­da­de, enal­te­cem a cul­tu­ra dos paí­ses de lín­gua por­tu­gue­sa, tra­zen­do à luz, sejam per­so­na­gens de his­tó­ri­ca impor­tân­cia ou gen­te sim­ples, do povo, docu­men­tá­ri­os com poder de denún­cia ou fic­ções, his­tó­ri­as ori­gi­nais, his­tó­ri­as adap­ta­das de auto­res con­sa­gra­dos, ani­ma­ções, um fes­tim não só para os assu­mi­da­men­te ciné­fi­los, senão que tam­bém um con­vi­te ao conhe­ci­men­to do movi­men­to cine­ma­to­grá­fi­co que exis­te na comu­ni­da­de que par­ti­lha a mai­or das iden­ti­da­des: a lín­gua por­tu­gue­sa como espa­ço sim­bó­li­co de iden­ti­fi­ca­ção nos pro­ces­sos soci­o­cul­tu­rais e his­tó­ri­cos abor­da­dos nas películas.

A nos­sa via­gem prin­ci­pia em Ango­la, com o sus­pen­se, a poe­sia e o humor da adap­ta­ção do roman­ce do pro­sa­dor e poe­ta Ond­ja­ki, Avó Deza­no­ve e o Segre­do do Sovié­ti­co; segue para águas mais revol­tas, com docu­men­tá­ri­os que revi­si­tam o perío­do dita­to­ri­al no Bra­sil, tra­zen­do à tona epi­só­di­os que não devem, nem podem ser esque­ci­dos; avan­ça para São Tomé e Prín­ci­pe e Timor Les­te, res­sal­tan­do a luta pela liber­da­de tra­va­da no solo sagra­do, valo­ri­zan­do a casa que nos une.

Che­ga­mos à ani­ma­ção vis­ce­ral que ras­ga mor­ta­lha e abre alas para as comu­ni­da­des LGBTQIA+: Elle e Acon­che­go da tua mãe, evo­lu­ção, desen­vol­vi­men­to, res­pei­to e beleza.

Bele­za em Mar­co e em Três verões, amor à músi­ca e sen­ti­men­to de per­ten­ça, identidade.

O pon­to final da nos­sa via­gem apre­sen­ta a rea­li­da­de a con­ta-gotas, a jor­na­da em bus­ca por uma vida melhor, o anseio pela liber­da­de daque­las que lutam para exis­tir em um mun­do que insis­te em ignorá-las.

A diver­si­da­de daque­la que nos une – a lín­gua por­tu­gue­sa – enri­que­ce-nos como indi­vi­duo e nação. Que essa for­ça siga pro­du­zin­do elos e cons­truin­do pon­tes! Vida lon­ga à cul­tu­ra lusófona!

fon­te: Fil­mes da Lusofonia